Trabalhos de campo Eventos culturais 2014

1. Festival do Inverno na Vila de Paranapiacaba 
João Luiz Calisto Perin, Mayara Maciel dos Santos, Raphael Fernandes Vitorino, Luigi Jones Golderin, Pedro Yukas Silva, Clecio L. A. Dias 
Para relacionar nossa visita ao Festival de Inverno de Paranapiacaba com o conteúdo de Identidade e Cultura podemos destacá-lo como espaço de conhecimento, pois o festival serve para podermos manter o passado como memória o que para Pierre Nora é atualmente uma necessidade, criar de lugares para a memória:
salvos de uma memória na qual não mais habitamos, semi-oficiais e institucionais, semi-afetivos e sentimentais; lugares de unanimidade sem unamismo que não exprimem mais nem convicção militante nem participação apaixonada, mas ainda palpita ainda algo de uma vida simbólica. Oscilação do memorial ao histórico, de um mundo onde tinham ancestrais a um mundo da relação da contingente com aquilo que nos engendrou …“ (P. NORA,1993, p.14)
Teríamos a necessidade de criar locais de memória porque não existiria mais memória na pós modernidade; precisaríamos criar espaços para relembrar o passado que não faz mais parte de nossas vidas, porem está construído historicamente em nós. A Vila de Paranapiacaba é um ótimo exemplo dessa criação de memória, por estar localizada distante do centro da cidade, em uma área rural da cidade ela conseguiu se manter sem muita alteração com seu passado presente nas sua estrutura , e foi reconhecida pelo poder público, como patrimônio histórico e hoje é uma referência em conservação, embora ainda esteja precisando de muitos restauros. Veja o trabalho completo 



2. Centro de Tradições Nordestinas  
Ana  Paula Cristina Damião, Filliphe Scolt Ribeiro
O que mais nos chamou atenção em todas as interações com os colaboradores do CTN, sem dúvida, é a simplicidade. Em cada momento  mostravam toda a hospitalidade marcante de sua região, a pró atividade e a simpatia característica. Sempre que pedíamos uma ajuda para localizar algo no centro, como uma loja, restaurante ou artefato cultural, eles já nos direcionavam ao local, muitas vezes, nos acompanhando e falando sobre o proprietário e/ou família responsável pelo espaço, que denota certo senso de coletividade e familiaridade com aqueles que mantêm certo convívio.
A cultura é ainda mais marcante no momento em que mantemos um diálogo com um deles. A todo instante, é evidente a maneira peculiar como gesticulam durante cada frase, caracterizando que são expressivos e espontâneos, pois sempre conectam algo com a maneira que se comportam ou 
como se comportariam em uma situação no qual estamos falando. Uma das expressões mais utilizadas pelos colaboradores, que chegar ser divertido, onde os próprios se auto intitulam: “Comedores de rapaduras e bebedores de cachaça”, que caracteriza ainda mais a cultura da simplicidade e os costumes regionais.

A partir disso, podemos usar como exemplo a dona da loja “Oxe Mainha” Eliane, que apenas ao passarmos em frente ao seu estabelecimento, nos recepcionou já se preocupando com o que gostaríamos, mostrando toda a hospitalidade típica. Além disso, nos falou sobre os detalhes de cada local do centro, dos seus fundadores, do funcionamento, falando o melhor local para 
irmos, mostrando então à pró-atividade e a simpatia do povo nordestino. 

Acesse as fotos feitas pelos pesquisadores!


3. Visita ao Museu de Arte de São Paulo (MASP)


Jeniffer G. Pepi, Juan Negreiros Baldarenas, Maria Fernanda C. do Amaral, Monica F. Dambrosi, Murilo Bortoleto Pereira, Renaud Pimentel, Rubens Vicente Vilela

“Na conjuntura brasileira atual, a universidade ás vezes consegue cumprir sua função de formar profissionais tecnicamente competentes, mas permite que os alunos saiam dela incultos”. Podemos dizer que isso acontece não só na formação superior, mas também no Ensino Fundamental e Médio. Ao nos depararmos com as obras expostas no MASP diversas vezes ficamos em dúvida acerca de qual movimento aquela obra pertencia ou a que acontecimento remetia. Isso porque a disciplina de artes não é levada tão a sério quanto matérias como matemática e física na formação dos alunos, desde o ensino básico.

Uma possível solução para esse problema é apresentada na proposta do Bacharelado Interdisciplinar da Universidade Nova, que compreende as “três culturas que estruturam os saberes e práticas do mundo contemporâneo: A) cultura humanística; B) cultura artística; C) cultura científica”. Assim, profissionais de todas as áreas teriam capacidade para fazer uma conexão entre as três culturas e se tornariam mais completos e preparados para as mais diversas situações, tanto no ambiente de trabalho quanto em suas vidas pessoais.


A arte não está apenas em exposições, como as que vimos no MASP, ou na música e na dança, etc. Segundo Almeida Filho, “o processo que envolve o desenvolvimento científico é um processo cultural” e ter conhecimento no campo das artes, nos permite inclusive, compreender melhor a ciência e seu processo de formação e desenvolvimento como parte de nossa própria cultura.


4. Exposição Obsessão Infinita, Yayoi Kusama 

Amarílis Marques Lamin, Allan Cesar, Fernando Domelas, Samuel Alencar, Lorraine Silva, Natália Zampiroli, Laura Maria Marques Paulo 

Depois de combinada a data fomos até essa exposição. Como os integrantes já tinha noção de como a artista pensava, a cada sala que andávamos era possível ver o cuidado e perspicácia, que ao meu ver era proposital, em mostrar como Kusama pensava a arte e também em como seu rompimento com a cultura tradicional japonesa estava explicito bem ali, em frente aos nossos olhos, aos nossos toques, a todas nossas possíveis percepções de mundo. A cada ambiente avançado, a cada sala avançada, o número de falos aumentava significativamente, até que no final havia uma sala cheio de falos, explicitando um medo da repressão sexual da autora, que foi ali, como uma caricatura exposto.


Dentro da perspectiva de Identidade e Cultura, identificamos a importância dessa artista por sua grande influência no meio artístico que transcendeu sua época: usualmente conhecida como uma das maiores artistas da cultura pop do pós guerra, Yayoi Kusama teve grande participação e influência na contracultura Hippie, notada por sua originalidade e criatividade. Buscamos especificamente na figura e identidade da Yayoi o retrato da sociedade e cultura em que a mesma se aflorou artisticamente e as cicatrizes que esta sociedade sofreu. Sendo negada pela própria família a oportunidade de viver pela arte em quanto se mantinha em seu núcleo familiar e também pelos catastróficos desdobramentos da guerra e pós guerra no Japão, Yayoi decide buscar por novos horizontes, culturas e a liberdade de outro país para não ter a sua própria identidade reprimida.




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Link para apresentação online!

Prezi da visita ao instituto Tomie Ohtake para a exposição Obsessão Infinita

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5. Food trucks
Wesley de Jesus, Silene Alvarenga e Fernando Salabá.

A feirinha gastronômica é um evento realizado todos os domingos no Foodpark Butantan, trata-se de diversas barracas e food-trucks que oferecem comidas típicas de diversos tipos.

O foodpark butantan está  há 600 metros da estação metrô-butantan em uma área de 1400 metros quadrados, durante a semana se encontram em maioria os food-trucks vendendo lanches e comidas variadas, mas nos domingos comidas típicas tomam o local para paladares experimentarem o sabor oriental, o sabor baiano, o argentino e muito mais.

Na entrada haviam pessoas chamando para irmos experimentar a comida de suas barracas ou trucks.
Logo na entrada tinha uma fila de carros para entrar no estacionamento, e alguns muito caros como Audis e Hondas. Estava cheio, mas as pessoas se concentravam mais em certos lugares, como o cantinho mexicano e o do churros, nesses lugares era muito difícil de andar e para comprar algo tinha que ficar muito tempo na fila. A área é separada por dois níveis, o de baixo que é onde está a entrada tinha a comida salgada, e no de cima tinha os doces. (Wesley de Jesus - na foto à esquerda com o chefe Lucas Corazza)

Ao chegar lá fiquei encantada, pois não foi nada da qual imaginei, e tinha um cheiro muito bom, tinha cheiro de doce, mas também churrasco, lá encontrei desde comida indiana, até comida típica brasileira, também encontramos Los Mendozitos, que vendem vinho e estão viajando pelo Brasill.
Eu comi, comida italiana, uma massa chamada Sofioli, que é uma massa com uma folha de manjericão, molho de tomate caseiro, e queijo de búfala, custou R$20,00, tomei um sorvete caseiro de morango com leite condensado que custou R$7,00. A namorada do Luiz estava conosco e comprou uma cerveja de frutas vermelhas, na qual experimentei, muito bom, tomamos um sorvete caseiro também muito bom. Durante o passeio notei a presença de varias famílias, de mães com seus bebês pequenos, de varias pessoas de idade, também observei a presença de casais homossexuais, não muito mais alguns, no lado de fora tinha algumas pessoas com seus cachorros de estimação, onde um dos donos ia até dentro do food park e outro ia la dentro pegar o que eles queriam consumir. (Silene Alvarenga)



A presença de estrangeiros era muito alta também, alguns grupos estavam se comunicando em inglês, espanhol e japonês. Todas as pessoas lá falavam muito alto, o que tornava o lugar um tanto barulhento. Não é tocada nenhuma música no local. O clima de paquera entre estranhos não era muito grande, já os casais, era comum ver troca de carícias, como beijos, olhares e abraços.
Eu consegui ver, também, 3 atores de televisão lá, Priscila Fantin, Gisele Itié e um outro que eu não sei o nome, Por sinal, uma das barracas, de comida mexicana, era da atriz Gisele Itié. O número de pessoas negras no local era baixo também. E resumo, as pessoas no local eram em sua grande maioria, pessoas brancas, com um poder aquisitivo elevado, heterossexuais. Consumiam bastante alimentos, dos mais variados possíveis, porém, na sua grande maioria, hamburguer, costela, cerveja e churros. (Fernando Salabá)


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6. Fifa Fan Fest
Alexandre Ferraz 
Anderson Camara 
Beatriz Barbosa 
Carolina Reis 
Natália Wendy
Priscila Pennella 
Priscila Prado 

 Alguns aspectos permitem embasar a inferência de que os espectadores dos estádios possuíam um maior poder aquisitivo, tais como a grande quantidade de estrangeiros presentes, considerando a quantidade de dinheiro dispendido na viagem em sua totalidade (passagem, ingresso, hospedagem, transporte, alimentação e outros gastos), o preço do evento, visto que os ingressos chegavam a custar 2000 reais, e também o fato de haver pouquíssimos negros e pardos entre este público, apesar de serem maioria na composição étnica brasileira, o que está diretamente relacionado à desigualdade social, como apontam os próprios dados do IBGE.

Em contraposição, nós temos a Fan Fest: Um evento gratuito que possibilitou a festividade em massa, para um público, que muitas vezes, não poderia arcar com as despesas da ida ao estádio.
Utilizando a visão tradicional como parâmetro, podemos remeter o primeiro evento como pertencente ao universo erudita, e o segundo sendo referente à cultura popular. 
Na Fan Fest eram encontrados moradores de rua, turistas, pessoas que conseguiam consumir os produtos vendidos lá dentro por um preço elevado, mas que não poderiam dispender suas economias com ingressos, pessoas que já tinham frequentado os estádios na copa, brancos, negros, pardos, amarelos e assim por diante, ou seja, o público era composto por diferentes nacionalidades, classes sociais, etnias e etc.

Tal mescla social nos permite trazer mais dois outros conceitos abordados no texto: O conceito de “biculturalidade”, cunhado pelo historiador inglês Peter Burke e o conceito de “Fusão Cultural”, desenvolvido pelo filósofo russo Mikhail Bakhtin.

O primeiro faz menção aos membros das elites que aproveitam da cultura popular, mas, ao mesmo tempo, participam daquele espaço circunscrito à elite, como aqueles que tinham condições de frequentar os estádios com seus preços exorbitantes, mas também desfrutavam da Fan Fest.
 O segundo, diz respeito à principal questão abordada por Petrônio em seu texto, que questiona a rígida separação entre as “duas culturas”. Bakhtin diz que a cultura é algo volátil e intrínseco às relações interpessoais, e que portanto, há uma troca de informações que não permanece estrita a classes sociais, e desta forma, ela tanto flui “de cima para baixo”, quanto “de baixo para cima”. Vemos isso na difusão do futebol e na diversidade de pessoas presentes na Fan Fest para prestigiá-lo.

Ver fotos!

7. O Futebol Arte-indústria

Segundo o texto "Cultura Popular: As construções de um conceito na produção historiográfica" de Petrônio Domingues vemos o autor analisando a discussão de diversos autores sobre as construções dos conceitos de cultura popular e cultura erudita na construção do conhecimento histórico. Os intelectuais europeus do século XVII começaram a debater e analisar a separação da cultura das camadas consideradas superiores; elites intelectuais, artísticas e financeiras (cultura erudita) das culturas consideradas inferiores que seria o conhecimento produzido pela pelas camadas mais baixas e iletradas da sociedade, entretanto essa separação rigorosa é contestada por Petrônio Domingues que não vê essa separação de maneira tão rígida considerando que essas culturas popular e erudita se influenciam mutuamente. 

Utilizando dois conceitos de Petrônio Domingues primeiro do bi cultural indivíduos que apesar da 
formação (cultural, intelectual e financeira) da elite mesmo assim participam da cultura popular. No estádio médicos, professores, doutores , pós doutores, escritores, atores ou classe alta todos se comportam como torcedores comuns cheios de superstições, irracionalidade e paixão. Um exemplo disso seria o intelectual e professor doutor em economia Luiz Gonzaga Belluzzo que é palmeirense fanático e foi presidente do palmeiras. O segundo é o conceito de cima para baixo e
de baixo para cima, como tanto as elites influenciaram a cultura popular como a cultura popular  influenciou a cultura da elite hino do Liverpool You'll Never Walk Alone é um dos melhores  exemplos dessa influência.

Ao longo da história do futebol, muitos cantos de torcidas chamam a nossa atenção, positivamente ou negativamente. Popularizado a partir  dos anos 60 na Inglaterra, por um gigante chamado Liverpool FC, You’ll  Never Walk Alone hoje não é apenas um canto da torcida, é a  inspiração... é parte da história do Liverpool. Mas pra quem acha que a  música foi criada com o intuito de ser cantada nos estádios, está  enganado, inicialmente ela não tinha nada a ver com o futebol. You’ll 
Never Walk Alone foi composta em 1945, por Richard Rodgers e Oscar Hammerstein II para um musical britânico chamado Carousel. No musical, a personagem Julie Jordan é casada com Billy Bigelow, um criminoso.

No segundo ato, Billy Bigelow se suicida para não ser preso, após um assalto que deu errado,  deixando Julie sozinha com sua filha. Nesse momento, a prima de Julie, Nettie Fowler, canta You’ll Never Walk Alone pela primeira vez, para reconfortar e encorajar Julie. A música é cantada  novamente no final da peça, em forma de coral, para encorajar uma classe de formatura da qual  Louise, a filha de Julie e Billy, faz parte. Nesse momento do musical, Billy, como um fantasma, tem a chance de voltar à Terra para se redimir. Ele assiste a cerimônia e silenciosamente motiva Louise a se juntar aos outros e cantar You’ll Never Walk Alone. De tão famosa que se tornou, You’ll Never Walk Alone foi regravada por vários artistas de sucesso como Frank Sinatra e Elvis Presley, mas a versão que se tornou famosa na Inglaterra foi a de Gerry & The Pacemakers, sendo a música mais ouvida na parada britânica por quatro semanas consecutivas. Rapidamente ela se tornou um hino para o Liverpool, e é cantada em todos os jogos da equipe, no começo e no final, independente do resultado, se transformando em uma filosofia de apoio incondicional que a torcida leva bastante a sério. As palavras You’ll Never Walk Alone também estão gravadas nos portões do Anfield Road, estádio do Liverpool, e na parte superior do escudo do time. Em um futebol onde infelizmente ainda se vê tantos cantos que servem apenas para xingar a torcida adversária e incentivar a violência, o Liverpool mostra que o que faz uma torcida de verdade não é a intimidação e nem a violência, mas sim a devoção mostrada pelo seu time do coração, nas vitórias e derrotas... 

Veja o trabalho completo.



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