terça-feira, 18 de agosto de 2015

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Os três sujeitos de Stuart Hall

Stuart Hall apresenta 3 sujeitos que serão comparados às ideias de outros autores. Os sujeitos são:
Sujeito Iluminista: o movimento Humanista esteve presente na formação deste sujeito por priorizar o caráter individual do ser humano, contrapondo o pensamento teocêntrico. Juntamente a isso, o Iluminismo trouxe o sentido racional do pensamento, formando tal sujeito.
Sujeito Sociológico: na transição para o Renascimento, aconteceu uma mudança fundamental do pensamento humano. A colocação do indivíduo (interior) no
contexto social (exterior) de dependência surgiu a partir da necessidade de o indivíduo racional influenciar e ser influenciado pelas ideias de outros.
Sujeito Pós-moderno: a formação de fluxos de pessoas, dinheiro e cultura pelo advento da globalização criou o chamado “descentramento” do sujeito, as múltiplas facetas oferecidas pelo mundo ao indivíduo através da flexibilidade no contato com outras identidades culturais também fragmentadas, levando o sujeito a uma maior superficialidade e abrangência de identidades absorvidas.
Para criarmos a comparação, devemos aproximar os conceitos de sujeitos Iluminista e Sociológico, ambos definiram identidades fixas e foram contemplados pela identidade nacional. Esses conceitos, segundo Bauman, estão perto de um fim, pois representações nacionais não conseguem garantir a “fixação” do sujeito. Cada indivíduo que entra em contato com outras identidades começa a questionar a sua própria. A partir disso, existe a fragmentação, dando origem ao sujeito Pós-moderno de Stuart Hall.
Da mesma forma, Pierre Nora sugere a perda de uma memória fluida, que se expressa em lugares materiais(museus), funcionais(monumentos) e simbólicos(bandeira). Esse conceito é a tentativa de reconectar o sujeito pós-moderno com suas ancestralidades, remetendo aos sujeitos Iluminista e Sociológico, que ainda se encontravam “centrados”.

Beatriz Pidone e Pedro Farhat - alunos do Bacharelado de Ciências e Humanidades da Universidade Federal do ABC

Definição de cultura popular e cultura erudita

Os conceitos de cultura popular e erudita são relativos por terem intersecções de valores, porém diversos autores tentaram definir uma divisão entre ambos. A cultura popular é muitas vezes associada a conhecimentos duvidosos e inferiores, principalmente devido ao processo de perpetuação oral e não científica, como por exemplo, histórias sobre a criação de cidades ou provérbios e ditados, que dizem verdades baseadas apenas em experiências de vida. Já a cultura erudita é vista como a correta e detentora da verdade, já que são assuntos constantemente estudados e produzidos pela elite, além do fato de serem registrados, dificultando sua contestação por meios científicos, como por exemplo, diversas pesquisas científicas, registros literários de relevância cultural como Carlos Drummond de Andrade.
No texto de Petrônio Domingues, é apresentado diversas opiniões sobre quais as diferenças das culturas, e principalmente, mostra como elas se influenciam a todo momento, como no Renascimento, onde as novas elites adaptaram a cultura popular e esta passou a ser parte integrante de uma cultura hegemônica.
No filme “Os Narradores de Javé”, o encontro entre ambas as culturas também é visto, mas em outra perspectiva. A cultura popular sofre pressão para ser transformada em
“erudita”, pois esta é a condição necessária para reconhecer e manter a vila. Tal transformação gera discussões sobre a legitimidade da cultura popular pelo fato de ser muito variada, já que o contar de uma história, com o passar do tempo, se altera dependendo do contexto e do indivíduo que a conta.

Beatriz Pidone e Pedro Farhat - alunos do Bacharelado de Ciências e Humanidades da Universidade Federal do ABC

Relação entre espaço e tempo na pós-modernidade

Na pré-modernidade, as identidades eram fixas a tempo e espaço. Com a contemporaneidade (pós-modernidade), aceleração do tempo e diminuição dos espaços, estas se tornaram fragmentadas e descentradas.
Stuart Hall define 5 motivos para este descentramento: a teoria de Marx sobre o trabalho, a descoberta do inconsciente por Freud (considera a identidade como algo móvel), o estudo de Sousurre (diz não sermos autores das afirmações que fazemos), o estudo e trabalho do poder disciplinar por Michel Foucalt e os movimentos que marcaram os anos 60, que buscavam fixar a identidade de cada grupo, como o feminismo e o movimento hippie.
Bauman diz não saber se a pós-modernidade é um período que durará séculos ou apenas a transição de uma ordem social para outra. Porém, afirma que consequências já podem ser notadas. Por um lado, facilitou-se o processo de relações interpessoais, porém, por outro lado, os laços humanos estão cada vez mais frágeis, visto que é muito fácil fazer amizades e muito mais atrativo desfazer-se delas. De acordo com o sociólogo, “estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo”.
A pós-modernidade traz consigo o acúmulo de informações, que facilita a perda da memória (esquecimento). Memória esta que é fluída, afetiva e mágica.
Como consequência deste esquecimento, torna-se necessária a criação de lugares de memória, que são divididos de três maneiras: materiais (onde a memória se fixa e é apreendida pelos sentidos), funcionais (que tem ou adquirem a função de estabelecer memórias coletivas) e simbólicos (onde a memória se revela).
Alguns exemplos do processo identitário relacionados com a pós-modernidade são, portanto: a facilidade na comunicação (antes por carta, agora via internet), o estilo de “amizade do facebook” descrito por Bauman e a perda da ideia de nacionalidade, devido ao estreitamento das fronteiras. 











Glaucia Neix - aluna do Bacharelado de Ciências e Humanidades da Universidade federal do ABC









Bruno Correa - aluno do Bacharelado de Ciências e Humanidades da Universidade Federal do ABC

Diferenças e Hibridismos da cultura oral e escrita

O conceito de cultura, atualmente, faz referência a tudo o que se pode absorver de uma sociedade em questão, desde a música, dança e culinária, até superstições e modos de pensar e agir.
Na metade do século XVIII, intelectuais europeus separaram a cultura em dois polos: cultura popular e cultura erudita. A cultura popular provém do povo e tem como base a oralidade, composta por ritmo, repetições e mágica (não é exata). Já a cultura erudita é representada, em sua maioria, pela elite (detentores de dinheiro e saber científico) e é baseada na escrita, que fixa a história em tempo e espaço.
Petrônio Domingues afirma que as distinções entre os polos da cultura são permeáveis, podendo ocorrer hibridismos, e interdependentes entre si. O autor também explica que ambos estão em constante movimento, sofrendo ajustes, desajustes e reajustes a todo momento.
No filme “Narradores de Javé”, por exemplo, o vilarejo, que funciona apenas com o uso da oralidade, está prestes a ser inundado pela construção de uma usina hidrelétrica. Para que isto não aconteça, é preciso escrever “cientificamente” história do local, colocando no papel as múltiplas memórias dos moradores e, assim, transformar Javé em patrimônio histórico a ser preservado.
O filme, portanto, demonstra a interligação entre as culturas, na qual a oral teve de ceder à escrita para garantir sua existência.










Glaucia Neix - aluna do Bacharelado de Ciências e Humanidades da Universidade federal do ABC









Bruno Correa - aluno do Bacharelado de Ciências e Humanidades da Universidade Federal do ABC