quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Heterossexualidade compulsória: Pelo direito de ser

POR ANDREIA MOREIRA

 "O nome é bem mais do que nome: o além da coisa, 
coisa livre de coisa, circulando" Drummond




Um nome: mulher é desse lugar posso falar. Um lugar que comporta além da coisa, que flui, que circula. Um nome e muitas identidades em uma só mulher, que horas é barrado pela normatividade social que pretende em seu contexto que sejamos homogêneas.

Sim há sempre algo de intangível na singularidade da mulher, algo de certa forma mítico, que não apresenta características suficientes para ser percebido ou entendido, que tende a enganar a percepção, algo que escapa. 

E não pretendo desvendar o mistério da mulher, apenas pensar no contorno que bordeia esse quadro.
Seria em detrimento dessa parte de nós que não se pode controlar nem prever que através dos tempos as sociedades buscam padrões normalizantes? Sustentaríamos a condição de viver livres sem nome, sem lugar?
Temos um corpo biológico, natural e esse corpo é atravessado pela cultura (do latim colere, que significa cultivar). Esse corpo biológico, do sexo masculino ou feminino vai sendo “cultivado”, segundo os atributos sociais, para ser homem ou mulher o que irá lhe conferir sua identidade de gênero.
Ao menos é assim que a sociedade impõe sua narrativa naturalizante, para poder ditar as regras de como se deve viver. Elegendo um padrão, e logo todos o identificam como normal, limitando e restringindo as diversas formas de vivências. Em meio a toda essa homogeneidade, pessoas que não seguem esses padrões normativos são vistas como anormais e imperfeitos.
 “As normas funcionam como princípio normalizador das práticas sociais”. Butler defende uma desmontagem de todo tipo de identidade de gênero que oprime as singularidades humanas que não se encaixam. (BUTLER, 2006, p. 69)
Essa homogeneidade dos padrões normativos é limitadora, não há lugar para a singularidade, para as diversas manifestações possíveis de identidades (no plural!).

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